O problema da seca no Nordeste

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Seca no Nordeste

AS CHUVAS no semi-árido nordestino normalmente ocorrem de dezembro a abril. Quando elas não chegam até março, é sinal de que haverá seca. Muitas vezes fica sem chover dois ou três anos; em casos excepcionais, a falta de chuva pode durar até cinco anos, como aconteceu de 1979 a 1984.

As secas ocorrem a cada dez ou quinze anos em média e há registros do fenômeno desde a época colonial. Trata-se de um acontecimento natural, mas que vem se agravando pela ação do homem – a destruição da vegetação primitiva pelas queimadas provocou a expansão do clima semi-árido para áreas onde ele não existia antes.

É o maior problema do nordeste?

Geralmente o problema da seca costuma ser exagerado, de tal maneira que a maioria das pessoas pensa que ela é a maior causadora da pobreza no Nordeste. Na verdade, o problema principal do Nordeste é de ordem social e tem origem não na escassez ou falta de chuvas, mas na desigual distribuição da terra e da renda gerada pela região.

Ao transformar a seca na grande culpada pelos males nordestinos, está-se criando o chamado “mito da seca”.

Simultaneamente, existe a tão falada, mas nunca erradicada “indústria da seca”. Trata-se de um conjunto de expedientes ou procedimentos de poderosos grupos nordestinos que se valem do fenômeno e, sobretudo do mito da seca para colherem benefícios governamentais em proveito próprio.

Sertão nordestino

Alimentando de forma dramática o noticiário sobre a seca veiculada pelos meios de comunicação, esses grupos conseguem obter do governo verbas e auxílios a titulo de socorro ás regiões atingidas pela falta de chuva.

A indústria da seca

Porém a ajuda governamental beneficia muito mais os membros de tais grupos do que a população efetivamente castigada pela seca. Ao controlarem a distribuição do dinheiro recebido, fazendeiros e políticos de influência – vereadores, deputados, etc – manipulam a ajuda a ser concedida, dirigindo-a para pessoas e lugares de onde passam a obter vantagens ou favores: afilhados ou parentes, redutos eleitorais, etc...

Ao mesmo tempo, sob o argumento de que ficaram arruinados com a seca, empresários não só deixam de pagar suas dívidas bancárias, como ainda conseguem novos empréstimos em condições especiais.

Os problemas da seca no sertão

No que se refere às tentativas de solução do problema, o governo é influenciado a construir grandes obras, como barragens e enormes açudes, que consomem formidáveis verbas públicas. A maior parte dessas verbas vai para o pagamento das empresas construtoras, muitas vezes ligadas direta ou indiretamente a pessoas que fazem parte dos grupos dominantes regionais.

Além disso, as obras grandiosas geralmente beneficiam apenas aos grandes fazendeiros e não aos que realmente sofrem com a seca – os pequenos produtores.

Quando de pequeno porte, os açudes construídos pelo governo são feitos em terras de grandes fazendeiros, que integram os grupos favorecidos pela “indústria da seca”.

Nessas condições, não é de estranhar que o problema das secas não se resolva. Sua efetiva solução deitaria por terra ou interesses mesquinhos de grupos poderosos, que conseguem vantagens com a pobreza e o sofrimento de milhares de nordestinos.

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