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Porque preservar a floresta Amazônica

NÃO É FÁCIL calcular exatamente a proporção da floresta Amazônica que já foi destruída. Sabe-se apenas que mais de um décimo da mata já não existe hoje.

Pior que isso é o ritmo com que a mais extensa e rica floresta do mundo vem sendo destruída pelos homens, na busca irresponsável de riqueza. Alguns cientistas calculam que, se for mantido o atual ritmo de devastação, em menos de meio século a floresta deixará de existir. Em seu lugar talvez sobre apenas um imenso deserto, causador de males irreparáveis ao mundo do homem.

Talvez isso seja um exagero, mas é certo que a mata foi impiedosamente danificada nas décadas de 70 e 80. E nenhuma pessoa preocupada com o presente e o futuro da humanidade pode deixar de ficar apreensiva com esse fato.

Efeitos do desmatamento

A destruição da floresta provoca numerosos efeitos negativos, que poderão tornar-se catastróficos dependendo da intensidade e amplitude da devastação: alterações climáticas, com a diminuição da umidade do ar e o aumento dos períodos de seca; aquecimento da atmosfera, devido ao aumento de gás carbônico liberado pelas queimadas; erosão destruidora dos solos desprotegidos.

É preciso deixar claro que a Amazônia não é o pulmão verde do mundo, como erroneamente já disseram por aí. Ela não produz oxigênio utilizável pelo resto do planeta. Suas árvores já estão maduras e só florestas jovens geram oxigênio. Mais de 90% desse imprescindível gás é produzido por organismos vegetais microscópicos que vivem na superfície dos oceanos, chamados fitoplânctons.

O maior prejuízo que o fim da floresta traria à humanidade seria a destruição de milhares de espécies vivas que integram o sistema ecológico da Amazônia. De fato, a maior riqueza da floresta é sua diversidade biológica, muito mais valiosa que os recursos minerais do subsolo regional.

Biodiversidade

Calcula-se que existam cerca de 3 milhões de espécies vivas no planeta, incluindo fungos e microrganismos. Desse total, 60% estão nas regiões tropicais úmidas e um terço na Amazônia. Em uma pequena área de 300 cm de floresta, podem-se encontrar 1500 espécies animais e vegetais diferentes.

Para ter uma ideia de tal riqueza, basta lembrar que em uma única árvore amazônica já foram encontradas 40 espécies diferentes de formiga.

Cerca de 25% de todas as drogas usadas na medicina moderna dependem de substâncias obtidas da flora e fauna tropical – desde o quinino, com o qual se combate a malária há quase um século, até poderosos medicamentos de combate ao câncer.

Acontece que apenas 30% das espécies vivas da Amazônia não são conhecidas da ciência. Nessas condições, queimar a floresta é como destruir um livro precioso sem te-lo lido por inteiro.

Eis, portanto, a razão principal para que a Amazônia seja preservada em benefício da humanidade.