Quase 20 anos após o fim da Guerra Fria, o mundo ainda vive sob a ameaça de um conflito envolvendo armamentos atômicos, como mostra a crise com a coreia do norte.
Em uma reunião de emergência convocada após o teste, o Conselho de Segurança da ONU condenou por unanimidade a explosão e, imediatamente, passou a discutir uma resolução para endurecer as sanções contra o governo comunista norte-coreano, um dos regimes mais fechados do mundo.
Prós e contras
A pressão das potencias ocidentais sobre a Coreia do Norte expõe a tensão nuclear permanente sob a qual o mundo vive, quase duas décadas após o fim da Guerra Fria. O problema coreano é a crise do momento, mas está longe de ser o único que preocupa. Também na Ásia, a Índia e o Paquistão, ambos detentores de arsenal atômico, mantem tensa disputa de fronteiras há mais de 50 anos.
O Irã é outro foco de tensão, pois, apesar de o governo iraniano reafirmar a intenção pacifica de seu programa nuclear, o Ocidente teme que o enriquecimento de uranio tenha como finalidade desenvolver a bomba atômica. Ao mesmo tempo, tudo indica que, também no Oriente Médio, Israel tenha armamentos atômicos. E as preocupações vão além, porque é possível que parte do velho arsenal da União Soviética tenha caído em mãos ignoradas após a desagregação do país. Quanto às potencias atômicas, com mais de 40 anos do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o desarmamento ainda não andou.
Diferentemente do que muita gente pensa, o domínio sobre a energia do átomo não é sinônimo de poder destrutivo, pode também ter muitos efeitos benéficos para o ser humano. Entre eles citam-se a medicina, a produção de alimentos e as políticas ambientais como áreas nas quais a radioatividade exerce um papel importante.
Quando se lida com energia nuclear todo o cuidado é pouco. Até um pequeno equipamento pode virar foco de um desastre. Isso ocorreu no Brasil em 1987, quando um aparelho de radioterapia, abandonado de forma irresponsável foi para em um ferro-velho em Goiânia. Feito em pedaços, liberou seu material radioativo, o césio 137, matando quatro pessoas e contaminando 621.